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13 de outubro de 2016

Helena Coelho - histórias sobre tela


Quando criei este blog, em novembro do ano passado, eu anotei um monte de ideias e fiz uma listinha com artistas cujo trabalho eu gostaria de mostrar aqui no Coisicas Artesanais. Helena Coelho estava presente já naquele, digamos, esboço de "roteiro". Mas... me dava uma baita insegurança só a ideia de falar sobre pintura (inclusive a naif) porque me faltariam termos técnicos e conhecimento mais aprofundado sobre o assunto.

Se bem que... é bem verdade que eu, de fato, não tenho embasamento técnico para tratar de nenhum "caso" que tenha sido abordado por aqui. Tudo que escrevo, nesse sentido, vem do coração. É sentimento, inspiração. Me chega "assim"... meio intuído, meio naif... ;)

Conheci Helena antes de conhecer o trabalho da artista plástica Helena Coelho. Nos esbarramos nesse mundinho pequeno que é o Rio de Janeiro... Aliás, sobre isso, uma amiga minha da época da faculdade costumava dizer que "o Rio de Janeiro é uma província" ou, quando estava com o espírito mais brincalhão, dizia que "o Rio de Janeiro é uma novela de Manoel Carlos"! Isso porque, segundo ela, aqui no Rio, todo mundo conhece todo mundo ou, se ainda não conhece, os amigos conhecem algum amigo do amigo e todos vão se esbarrar em alguma esquina, botequim, calçadão ou bloco de rua em cena que irá ao ar capítulo mais cedo ou capítulo mais tarde...

E para não escapar ao script prenunciado... conheci a Helena num... bloco de pandeiros! (Perdoem-me se parece clichê demasiado novelesco, mas é a mais pura verdade!)... Quando entrei naquele bloco, fui posicionada justo ao seu lado nos ensaios e ela sempre me passava uma coisa muito boa de acolhimento. Eu estava "catando cavaco", digo, tocando pandeiro ao lado de uma artista plástica e não sabia!

Também... A vida é assim, né? Quem é que sabe quem é aquela pessoa na tua frente na fila do supermercado? Ou ainda aquela dona que se senta ao teu lado no ônibus? (Ah, sim, o espectador de uma novela do Manoel Carlos certamente há de saber! Ainda mais em se tratando de Helena, a protagonista daquelas histórias - e deste post!)...

Quando conheci Helena Coelho naquele bloco de pandeiros era o ano de 2010. Helena era já uma artista que gozava de grande reconhecimento no meio, com obras no Museu Internacional de Arte Naif, no Rio de Janeiro, e também fora do Brasil. E ela, como tantos outros artistas que "apresentei" aqui no Coisicas, encontrou seu canal de expressão através da arte já na fase adulta, depois de anos de emprego formal, "carteira assinada e sapato fazendo calo"... Mas isso é uma história que a própria Helena virá aqui nos contar, numa prosa mais pra frente - portanto, não percam as cenas dos próximos capítulos... ;)

Havia alguns anos que não encontrava Helena... E, por ocasião deste contato aqui para o Coisicas, eu pude estar com ela novamente e ver quadros seus que ainda não conhecia, bem como rever outros... Vi tantos quadros... E tão belos!!

(Ali, vendo e revendo seus quadros, eu tive uma lembrança... Diante de algumas paisagens bucólicas suas, que retratavam casinhas e bananeiras, eu acabei lembrando de uma obra de Tarsila do Amaral, cuja reprodução meus pais tinham na copa da casa onde passei minha infância: "A feira". E lembrei que Tarsila, junto a seus companheiros modernistas, buscou revalorar toda uma expressividade popular - segundo eles, a essência prima e verdadeira da identidade de uma nação. Imagine a força, o apelo que um postulado como esse exercia na elite acadêmica de um país tão jovem como o Brasil! Aqueles modernistas, então, voltaram seus olhares para o "fazer popular", se inspiraram, beberam da fonte e tomaram emprestados traços, temas, cores, linguagens e sonoridades (sim, também na música o movimento se manifestou) antes renegados à condição de "coisa menor"... Foi quando o "fazer popular" ganhou status de Arte e o termo naif (e o que ele passava a representar nas artes plásticas então) ganhou notoriedade na França e no mundo...) 

Os quadros de Helena Coelho são de uma pureza e de uma doçura encantadoramente naif! Doçura, pureza e uma deliciosa dose de sapequice - que parece refletir a própria alma da artista... Carregados de ricos detalhes, seus quadros parecem querer nos contar uma história (ou histórias). Aliás, eles são histórias! Têm personagens, contextos, paisagens... Podem narrar uma tarde de primavera sob um caramanchão florido no quintal da casa dos sonhos da tia, ou uma senhorinha recebendo o namorado em sua casa cuidadosamente arrumada para tão especial ocasião - e ambos sendo espiados por crianças curiosas na janela, ou, ainda, a reunião animada pr'uma feijoada regada a chorinho, com o "seu fulano do cavaquinho" chegando no portão para se juntar ao regabofe! 

Coisicas Artesanais - Helena Coelho
Feijoada com chorinho - Helena Coelho - Óleo sobre tela

Helena é dona de um espírito grande, livre, irrequieto... Traz consigo certa "sapequice" que se revela em seus quadros com toques de humor e graça. E, também por isso (ou reflexo disso), é inegável que ela demonstra ter um olhar aguçadíssimo sobre "as realidades" que se apresentam a ela. Helena é extremamente perspicaz e habilidosa observadora. Ela enxerga o que não se mostra, mas está ali. Ela vê para muito além do que é visível aos olhos, ela alcança "a alma" das pessoas, das coisas e das histórias que pretende revelar em suas telas. Ela, com esse olhar que a licença naif lhe concede, contacta "o coração" em si da coisa toda e o transfere para a tela, trazendo elementos, informações, detalhes ali inseridos e justapostos como que despretensiosamente - só que não... Assim, mais que cenas de um cotidiano (tão comuns numa abordagem naif), Helena cria enredos. E é por isso que apreciar um quadro seu é como deixar que ela nos conte deliciosas histórias! Porque Helena aplica mais que tinta, aplica histórias sobre a tela...

Coisicas Artesanais - Helena Coelho
Caminhos do interior - Helena Coelho - Óleo sobre tela

Coisicas Artesanais - Helena Coelho
A procissão da santa - Helena Coelho - Óleo sobre tela


Conheça mais do trabalho de Helena Coelho e deixe-se envolver pelas histórias que ela vem nos contar!



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Leia aqui a entrevista que Helena Coelho concedeu ao Coisicas Artesanais!  
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7 de outubro de 2016

Gílian Demori - artesanato e generosidade


Conheci o trabalho da Gílian Demori no ano de 2012, catando nem-me-lembro-mais-o-quê no site Elo 7 - que funciona como uma espécie de "galeria" ou um "shopping" que abriga lojinhas virtuais de muitos artesãos brasileiros. Quando me deparei com a lojinha da Gílian a identificação com o seu trabalho foi imediata! A Gíliam fazia tudo, exatamente tudo do jeitinho que eu sempre tinha sonhado! As cores usadas, a pátina de demolição, os temas escolhidos, o traço da letra, os ganchinhos de arame em formato de coraçããããooo!!! 

Que pecinhas mais lindas e delicadas! Quanto mimo, quanto zelo e quanta técnica aplicados naquelas belezinhas!

Naquela ocasião, visitando a sua lojinha pela primeira vez, escolhi uma plaquinha de banheiro (foooofaaa!) e, numa outra vez passeando por ali, escolhi uma de passarinho (ai-meu-deus!) e, nessa coisa de acessar lojinha para comprar plaquinhas, eu fiz contato com ela por e.mail falando o quanto as suas pecinhas eram lindas e tinham mexido comigo, contei que era "artesã amadora" nas horas vagas e blá-blá-blá e... engatamos numa prosa que durou umas dezeeeenas de e.mails!

Coisicas Artesanais - Gílian Demori e seu Acessório Necessário
Ówmm...

A Gílian é um amor! Naquelas trocas de e.mails ela me deu várias dicas preciosas de diversas técnicas, materiais, bisus de onde comprar... Naquela época ela estava começando a ser convidada para fazer vários programas de artesanato na tv e me passava diversos links... A Gílian é daquelas pessoas dispostas a compartilhar conhecimento! E foi assim que eu aprendi um monte de coisas com ela! Foi com ela que eu aprendi, por exemplo, a fazer pátina de demolição (que, enamorada que sou de certa barroquice brasileira, eu amo poder aplicar nas minhas coisicas).

Aliás, a pecinha que escolhi para "abrir" o Coisicas Artesanais foi justamente a minha primeira pátina de demolição - que eu só me atrevi a fazer depois do empurrão da Gílian. E ela foi a primeira pessoa (depois do meu marido, rs) a ver a tal pecinha! (Veja aqui! )

A Gílian é uma grande e admirável artesã! Ela lança mão de inúmeras técnicas como decoupage, craquelê, pintura, pátina, carimbagem, stencil... (Afe, e eu devo estar esquecendo ainda umas "trocentas e oitenta e vinte e tantas"  técnicas que ela usa com maestria). E ela faz cada trabalho cuidando de cada pequeno detalhe com um acabamento im-pe-cá-vel! Sim, porque fazer pátina, decoupage, craquelê... muitos de nós podem fazer, mas fazer tudo isso com um acabamento super fino e "profissa"... é só para os "profissa"! rs...

Mas não é só isso...

Quando chegaram em casa os quadrinhos que eu encomendei, eu tive a surpresa de, no verso de ambos, constatar não só um acabamento impecável mas também uma surpreendente demonstração de zelo extra, de carinho... Ali no verso (que vai ficar sempre rente à parede, escondidinho) havia uma frase fofa estampada em carimbo, uma frase que tinha um efeito de um presságio bom, um voto de coisa boa, um bem-querer, um recadinho gostoso pra gente levar adiante... Escondidinho e discreto, funciona como um "segredinho" ou um pequeno tesouro guardado... Ai, gente, o trabalho da Gílian é muito amor! ♥

Coisicas Artesanais - Gílian Demori e seu Acessório Necessário
"Amizade é uma obra do coração"... !

Na maior parte, ela usa plaquinhas de madeira, compensado e/ou MDF que resgata de caçambas e, como num sopro de mágica, dá nova vida a elas, aplicando diversos materiais e técnicas de acordo com este ou aquele efeito desejado. Assim, pedaços de cortes de madeira que iriam parar no lixo viram lindas plaquinhas de casamento, de boas-vindas, claviculários, quadrinhos de recado, etc... As peças criadas por ela são muito inspiradas (e inspiradoras!) e, como se não bastasse já tudo isso, a Gílian compartilha em vídeo-aulas tudo o que sabe! É dona de um carisma enorme e de uma generosidade que, ai, me dá o maior orgulho poder falar dela aqui! (Gílian, sua Lindaaa! =) ...Pronto! Tietei!).

Para quem quiser conhecer (e se encantar com) o trabalho da Gílian, aqui segue o link da sua lojinha virtual, a Acessório Necessário. Espia só:


A Acessório Necessário também tem perfil no face, onde é possível ver dicas e comprar material que a Gílian disponibiliza, além de participar de sorteios, etc, etc... 


E se você é do tipo "arteira" e gosta de aprender novas técnicas para criar suas pecinhas, então, pode considerar a Gílian uma espécie de Fada Madrinha! No youtube há vários vídeos com aulas da Gílian e você poderá se repimpar toda por lá! Aqui eu replico um deles, só pra deixar um gostinho! ;)



Há ainda, para as arteiras mais curiosas, este link aqui onde a Gílian dá dicas, passa diversos truques e técnicas variadas:


E tem ainda o seu face pessoal - para quem quiser passar lá depois de se apaixonar por ela para deixar merecidas curtidas, beijocas e outras tietices! ;) 

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6 de outubro de 2016

Botão de seguidores - a missão!


Depois de quase um ano achando ser impossível incluir um botão de seguidores aqui no blog, eu, sem nem perceber o movimento do mouse (quase que por acidente), cliquei num link que abriu uma caixinha mágica (!) onde havia um outro link escrito assim: "incluir botão de seguidores". (Óóóhh!!!!)

Não faço "a menóóóór" se o dito botãozinho vai funcionar. Mas que agora eu tenho um desses aqui no blog, isso eu tenho! :)

Mantenho o e-mail de contato antigo, aquele da mala direta - para aqueles que, como eu, tiverem qualquer tipo de problema com o tal botão de seguidores, rs... Aqui:


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4 de outubro de 2016

Feliz dia de Francisco!


Hoje não tem artesanato, só uma breve reflexão (para além das crenças ou descrenças de cada um)...

Que nós possamos reconhecer que há momentos em que "o lugar" onde mais precisamos levar o amor, a paz, a união, o perdão, a luz, a tolerância, o bem-querer, a boa-vontade... é para dentro de nós mesmos...

Que a simplicidade de Francisco esteja conosco.
Paz e Bem!


clique abaixo e escute a Oração da Paz nesta versão fofa do grupo Nataraja:



Oração da Paz
Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz!
Onde houver ódio, que eu leve o Amor
onde houver ofensa, que eu leve o Perdão
onde houver discórdia, que eu leve a União
onde houver dúvida, que eu leve a Fé
onde houver erro, que eu leve a Verdade
onde houver desespero, que eu leve a Esperança
onde houver tristeza, que eu leve a Alegria
onde houver trevas, que eu leve a Luz...
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado,
compreender que ser compreendido,
amar que ser amado,
pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se vive para a Vida Eterna.



Você sabia?

A Oração pela Paz, popularmente conhecida como Oração de São Francisco, é uma oração cujo autor se desconhece. Ela teria surgido no século XIX, sendo mais amplamente propagada no século seguinte. Leonardo Boff conta que um franciscano que visitava a Ordem Terceira Secular de Reims, na França, mandou imprimir um cartão contendo, de um lado, a figura de São Francisco e, do outro, a Oração pela Paz com a indicação da fonte: Souvenir Normand (ou, "recordação da Normandia", região onde inicialmente teria surgido a oração). No final, uma pequena frase dizia: “essa oração resume os ideais franciscanos e, ao mesmo tempo, representa uma resposta às urgências de nosso tempo” (eram tempos de guerra - a 1ª grande guerra assolava o mundo). Possivelmente pela associação indicada no cartão, a oração começou a ser difundida como se fosse de autoria do próprio santo. (fonte: wikipedia e franciscanos.org).


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